sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Tornar-se Pai



Não é um teste de DNA, uma certidão de cartório, muito menos um domingo de agosto que faz de um homem um Pai, assim mesmo, com maiúscula.  Tornar-se um Pai é uma experiência humana maravilhosa e parabenizo todos aqueles que aceitaram o desafio, até porque através dos séculos, sempre lhes foi tarefa opcional, o que jamais aconteceu às mulheres -- o filho é da mãe – diz a voz do povo e até mesmo a voz da lei.  E ai daquela...

Felizmente os tempos mudaram, as sociedades mudaram e tenho visto à minha volta homens encantados com o que essa experiência trouxe para suas vidas. Até porque, de certa forma, eles também se tornaram vítimas, através de tantos séculos, de uma crença cruel e castradora que não lhes permitia sentir ou chorar. Filhos nos ensinam a descobrir os avessos, nossa própria força adormecida, nos ajudam a viver mais profundamente nossa própria humanidade.


E esse tornar-se é feito de dias após dias, noites também algumas em claro, anos após anos, enfim uma vida inteira de lágrimas e muitos sorrisos. E não seria um domingo para trocas de presentes que daria conta de tamanha dimensão. Agradeço e celebro todos os dias em meu altar interno o pai doce e amoroso que tive, e por ter gerado um filho que aceitou de bom grado a experiência de torna-se um pai de verdade a cada dia. Parabéns, filho! Parabéns a todos os pais de verdade da nova era!

                                   

                                  






 

domingo, 21 de maio de 2017

Gratidão Eterna às Letras

Dia do Profissional de Letras

Escolho esse texto da Lygia Bojunga que sempre me emocionou, porque sempre me reconheci nele. 

"Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena os livros me deram casa e comida.

Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede, deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado.

E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro.

De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois, decifrando palavras.

Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.

Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais íntimas a gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas casas. Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava a minha imaginação.

Todo dia a minha imaginação comia, comia e comia; e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu, era só escolher e pronto, o livro me dava.

Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca tão gostosa que – no meu jeito de ver as coisas – é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no livro, mais ele me dava.

Mas, como a gente tem mania de sempre querer mais, eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar tijolo pra – em algum lugar – uma criança juntar com outros, e levantar a casa onde ela vai morar."

(Mensagem de Lygia Bojunga para o Dia Internacional do Livro Infantil e Juvenil, traduzida e divulgada nos 64 países membros do IBBY).

                       






Sempre fui grata às letras que me deram, até hoje, casa e comida, me ajudam a escalar os degraus de muitos conhecimentos, a ler o mundo e avida, principalmente nas entrelinhas, na tentativa de buscar saídas e equilíbrio.
Meu mundo sempre foi feito de letras. Amém!


quinta-feira, 6 de abril de 2017

Como Consigo me Boicotar tão Bem!

Você sabe o que é Síndrome do Impostor?

É um fenômeno também chamado de Síndrome da Fraude,  que vem sendo estudado pelas ciências da psicologia e da educação. Segundo estudo da Universidade Dominicana da Califórnia, atinge em menor ou maior grau 70% dos profissionais bem sucedidos, principalmente mulheres. É um resultado assustador!
Na verdade, pode atingir pessoas comuns que ainda estão investindo em suas carreiras e projetos de vida à medida que avançam pelo caminho.  Como vítima a pessoa jamais credita seu sucesso à inteligência, competência ou habilidade pessoal.  “Elas se convencem de que os elogios e reconhecimento de outros em relação à sua conquista não são merecidos, atribuindo suas realizações à sorte, a algum encanto repentino, contatos ou outros fatores externos”, explica a psicóloga americana Valerie Young, autora do livro “Os Pensamentos Secretos das Mulheres de Sucesso”.
A sensação que se segue é de que a qualquer momento sua fraude será descoberta.
Fica então configurado um caso clássico de baixa auto estima e os estados de ansiedade e insegurança podem chegar a extremos.
A partir daí, são criadas alterações na rotina, no comportamento e até mesmo técnicas para auto defesa, autênticas estratégias de auto sabotagem que, claro, de maneira inconsciente vão determinado a sequência dos fatos. E nisso o cérebro pode ser craque e rápido!

                                                     



Pode parecer coisa simples, mais uma manifestação do estresse pós moderno neste mundo caótico em que vivemos, onde a alta performance é a primeira e principal demanda. Mas não é!
Então pausa, uma auto análise honesta e corajosa deve ser feita e uma vez identificados os principais pontos é adotar novos comportamentos, buscar ajuda de terapias psicológicas e/ou holísticas que possam servir de suporte. A Terapia Floral tem um número quase infinito de essências para tratar a baixa auto estima. E só para começo de conversa, mudar a ótica sobre os conceitos de "erro" e "fracasso" já vai fazer uma diferença bastante significativa.
Sugiro a leitura da matéria abaixo, bastante interessante:

http://www.huffpostbrasil.com/2014/04/07/7-sinais-de-que-voce-e-uma-das-vitimas-da-sindrome-do-impostor_a_21667908/

Então boa leitura, boa pesquisa e bom sucesso a todas!



terça-feira, 7 de março de 2017

O Dia 8 de Março e a Luta de Todos os dias

Nessa véspera do Dia Internacional da Mulher, pergunto-me mais uma vez o que há a celebrar, com uma boa vontade enorme de listar alguns itens. Certamente há algumas coisas. Pequenos, e alguns até, importantes avanços.
Somos a maioria em número, mas estes mesmos números jogam contra nós ao apresentarem estatísticas revoltantes e assustadoras. Há, por exemplo, que se celebrar a Lei Maria da Penha - Lei 11.340/2006. Mas apesar dela, se compararmos ano a ano, a coisa não muda muito de aspectos.
Em pesquisa recente, metade dos entrevistados avalia que as mulheres se sentem de fato mais inseguras dentro da própria casa. "Os dados revelam que o problema está presente no cotidiano da maior parte dos brasileiros: entre os entrevistados, de ambos os sexos e todas as classes sociais, 54% conhecem uma mulher que já foi agredida por um parceiro e 56% conhecem um homem que já agrediu uma parceira."
A receita para mudar, todos já sabem na ponta da língua - Educação. Mas precisaria começar hoje e com toda seriedade. Ainda assim, notáveis resultados somente em algumas décadas. Enfim, desanimar jamais, cabe a cada uma de nós a consciência, a luta no dia a dia.
E por falar me vem à memória um filme que só recentemente assisti, As Sufragistas, 2015. E me emocionei profundamente.

                                             


O roteiro acompanha o despertar político de Maud, mulher comum operária sem nenhuma formação política, rumo à libertação das regras sociais do início do século XX. Fala da longa e violenta luta pelo voto feminino. Apesar de ser um filme de época, As Sufragistas torna-se relevante por sua triste atualidade.
Independente do que tenham dito as críticas, o filme emocionou-me profundamente porque a cada cena e drama passados na fábrica, ia lembrando-me de minha mãe.  Embora nascida décadas depois da época do filme, ela, aos 16 anos logo após a morte do pai, ingressou numa fábrica de tecelagem onde trabalhou por anos. Trago comigo todas as histórias que ela contava com emoção, dos anos da sua juventude nesta fábrica, histórias dela e de moças como ela, na mesma idade, na mesma condição social. E ela era sem dúvida uma ótima contadora de histórias.
Ao final do filme, senti que sou filha não só da minha mãe. Pois vivem em mim todas essas mulheres, antes de mim e antes dela, que sofreram as dores que nos foram reservadas por um mundo de machos brancos, patriarcal falocrata.
Lutemos então a luta diária de sermos geradoras de vida, com a força que só os sobreviventes conhecem. Mas com o dom da graça e da ternura, que em nós transborda e sustenta. 

                                                    




quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Mensagens da Primavera


Estou encantada com essa jovem Árvore de Acácia, no condomínio onde moro. Ela ainda não atingiu sua maturidade e altura máxima (pode chegar a 2 metros), mas esse ano resolveu dar um show na floração. 
Seu nome oficial é Kassia Fistula ou Acacia Farnesiana, mais conhecida como Acácia Imperial.  Pois é, por mais que se pesquise a confusão continua, Cassia ou Acácia?
Mas ao me deparar com esse esplendor toda vez que entro pelo portão, a dúvida insolúvel já não tem mais a menor importância.  O contraste do céu azul com o amarelo esplendoroso dos cachos, vem me dizer que não importa o que os homens digam, que significados e interpretações deem as palavras para justificar as coisas que aí estão.
A flor da Acácia Imperial é muito famosa no mundo inteiro por ser um dos símbolos mais importantes da Maçonaria.
Dela também se prepara a essência floral Cassia Imperial, Filhas de Gaia, que  lembra-nos que a verdadeira fonte de nutrição emocional vem de nossa Essência e ajuda-nos a estar abertos para recebê-la. Libertar-se do vício do amor e das crises dolorosas geradas pelas perdas ou abandono em relacionamentos de dependência e co-dependência.

                       
               
Hoje fotografei as flores pela manhã, e antes do por do sol não resisti e lá fui fotografar de novo, os cachos de flores se balançavam ao vento do entardecer.  "Choque entre o azul e o cacho de acácias, luz das acácias..."

                                          

 
Vivemos os últimos dias entre tristezas, tensões e sobretudo confusão sobre conceitos, leis, atitudes e mais uma infinidade de variados temas que afetam a vida de todos nós. Tudo muito desanimador.  Mas a floração dessa Acácia neste final de primavera, vem me trazer a mensagem de que toda sorte de confusão, conflitos e equívocos estão no plano dos humanos cegos e gananciosos que mal conseguem olhar à sua volta. E seguem matando e destruindo até a própria casa.
Enquanto a natureza segue, sem equívocos, oferecendo o que tem de melhor e mais belo, nos dando lições e inspirações todos os dias. E estar conectado com isto ou aquilo é só uma questão de escolha.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Gratidão Hoje e Sempre

Thanksgiving Day

O Dia de Ação de Graças, conhecido como Thanksgiving Day é um feriado celebrado hoje, quarta quinta feira de novembro, nos Estados Unidos e no Canadá, observado como um dia de gratidão com orações e festas, pelos bons eventos ocorridos durante o ano.

No entanto, muito anterior a oficialização de um feriado, o Dia de Ação de Graças era comemorado em novembro, na região da Nova Inglaterra, como festivais em agradecimento às boas colheitas realizadas no ano. E ainda em vários outros países da Europa. A origem dessa celebração remonta muito provavelmente às antigas celebrações pelo ciclo da  colheita que se encerrava no  final do outono, antes da chegada do solstício no hemisfério norte (inverno).  Eram ritos, cantos e danças em gratidão à Deusa, à grande Mãe, Gaia, Pachamama, reconhecida por diferentes nomes dependendo da região. Esses ritos estavam também associados à fertilidade, da Terra, da Natureza, da Mãe

                                                        


 Há muito deixamos de ser sociedades agrícolas, homens e mulheres ligados à terra, convivendo em harmonia e respeito aos seus ciclos.  Bem longe disso.   E hoje nos Estados Unidos é nacionalmente comemorado com importância em reuniões e jantares de família, como um pré natal poderia se dizer. Nestas ceias o prato principal é o pobre do peru, a ave mesmo, que tudo que desejaria era também viver em paz e harmonia com os ciclos da natureza. Mas seu sangue é derramado, como nos rituais pagãos  da antiguidade, como forma de agradecer aos deuses as coisas boas.
                                               

O ser humano é incoerente mesmo. E assim segue, através de sua incoerência, ao menos percebendo que sempre há o que agradecer.

Há bastante tempo tomei para mim a prática de agradecer todos os dias, as pequenas e grandes coisas, todas as coisas. Mas os ritos têm seu lugar, eles ajudam a disciplinar, nós seres incoerentes, ajudam a estabelecer essa conexão com nossa própria natureza, com a natureza do divino em nós.

Enfim, agradeçamos! Todo dia é dia de viver e agradecer.       

 

 

domingo, 9 de outubro de 2016

Santo Domingo



Quando a casa é um lar, nosso lugar no mundo, lugar onde repousamos, refletimos e nos revigoramos. Lugar onde se guarda as coisas valiosas, os livros e fotografias, onde nos cercamos de pequenas lembranças, onde cultivamos as flores.  Esse é o lugar para se estar em paz qualquer dia, inclusive nos finais de semana, por que não?
Há uma fase da vida em que a ânsia de viver nos empurra para fora, para os outros, para uma intensidade que tem significado de alegria. E aqueles que perseguem tenazmente a alegria, esticam essa fase ao longo de toda a vida. Há a fase em que nos sentimos bem recolhidos, nos resguardando do que nos esgota, nos protegendo um pouco da loucura, a alheia.
Sim, porque a nossa própria, essa há de conviver muito bem e intimamente conosco, há de se mirá-la no espelho com coragem e aceitação, com cumplicidade, ela fala da nossa essência melhor que qualquer outra coisa. E então vamos resignificando a alegria, descobrindo afinal que ela tem um íntimo parentesco com a paz, nos livrando de conceitos, impostos, emprestados, generosamente ofertados, mas que nunca nos pertenceram. Inclusive de que é preciso viver intensamente os finais de semana, em efusiva vibração, uma maneira de revanche contra tudo que nos é roubado na eterna exploração dos dias, chamados "úteis"... para quem? (é sempre bom que se pergunte).
Mas penso que é mesmo preciso viver intensamente, cada minuto, ora para fora, ora para dentro; já que é tudo uma questão de tempo, uma questão de vida.  E o santo domingo há de ser um dia de puro prazer, de aconchego, de lembranças da infância. Seja com família, com amigos, ou consigo mesmo. Seja cultivando as flores e o jardim, experimentando uma receita nova e fácil, ou enchendo a casa com o aroma de bolo saindo do forno. Seja ainda lendo um bom livro, sem mais nada além do dolce far niente.
Afinal trata-se da própria vida, e independente do domingo ser ou não santo, verdade é que todos os dias são sagrados.
 


                        

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Novo Dia com Recomeços

E hoje temos, numa segunda feira, um dia marcante de recomeços.
Começa a semana olímpica, começa agosto (que venha com bom gosto), começa o segundo semestre do ano. E eu recomeço aqui depois de uma pausa necessária.
Nos preparamos (a altíssimos custos) para ter a casa invadida e a festa celebrada.
Que tenhamos a boa vontade que a vida nos pede, fazendo a nossa parte com a real intenção de paz e de convivência harmoniosa. Com a consciência que somos um.
Afinal, como disse o poetinha "é melhor ser alegre que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe, é assim como a luz no coração."
E que comecem os jogos!